quarta-feira, 8 de março de 2017

Após leitura do livro a história das coisas de Annie Leonard, resolvi voltar a postar no blog depois de anos.

Sobre os minérios

Esses recursos naturais não renováveis, muitas vezes encontrados nos subsolos, em rochas, ou na superfície, que traz tanta cobiça aos olhos dos devoradores dos nossos recursos, visando somente o dinheiro, ele é finito!!!
Lógico não podemos negar que   muitas vezes são necessárias ao conforto do  nosso dia a dia , como teremos os nossos celulares, rss 
Mas precisamos também ter a noção, de como essa mineração está prejudicando a natureza, a sociedade ao seu entorno, péssimas condições de trabalho muitas vezes, análogas a escravidão, os animais mortos, rios poluídos e mortos, florestas dizimadas. Esses recurso que alimentam guerras.
Falando em guerras, vamos falar dos minerais de guerras ( termo usado para se referir a pedras valiosas cuja venda, tributação ou proteção abastece conflitos violentos e financia armas , grupos criminosos e regimes desumanos).
"Diamantes de Sangue" , esse termo é usado para se referir a guerra civil que existiu em Serra Leoa de 1991 a 2002, esse triste episódio ganhou notoriedade por causa do filme Diamante de sangue 2006, esse filme retrata como um grupo em onze anos usou a tortura, a utilização de crianças como soldados  os manipulando muitas vezes pelo uso de drogas, amputamentos  dos membros de pessoas que se recusavam a obedecer esse grupo chamado de Frente Revolucionária Unida (FRU). Para que esse triste episodio não volte a acontecer. Precisamos saber usar esses recursos, saber sua procedência, e reutiliza-los já que são finitos. 


quinta-feira, 26 de maio de 2011

O BRASIL ANDA PARA TRÁS


Observe esta imagem e lembre-se deles na hora de votar, pense no futuro de seus filhos e netos.

Comemoram o desatre ambiental, parabéns a eles, pois conseguiram o que tanto ALMEJARAM, POSSIBILIDADES DE FICAREM MAIS RICOS.


O NOVO CÓDIGO FLORESTAL BRASILEIRO APROVADO PELA CÂMARA NO DIA 24 DE MAIO DE 2011, É UM DESATRE PARA O MEIO AMBIENTE, REDUZINDO A PROTEÇÃO AMBIENTAL EM TODO O BRASIL.

O Código Florestal Brasileiro foi criado pela Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965 (D.O.U. DE 16/09/65).

Estabelece limites de uso da propriedade, que deve respeitar a vegetação existente na terra, considerada bem de interesse comum a todos os brasileiros.

APESAR DO BRASIL SEDIAR A RIO+20 conferência da ONU que marca os 20 anos da Rio-92.Corre-se o risco de mostrar ao mundo que não fizemos a lição de casa, pois é o desmatamento que mais contribui para a emissão de gases-estufa. A meta de biodiversidade firmada no Japão também fica comprometida, pois a redução das áreas de reserva legal levará à perda de espécies.
Mato Grosso é o estado mais meridional da Amazônia, e seus proprietários têm sido responsáveis por um terço da perda de floresta amazônica desde 1988.

O principal bloqueio jurídico ao desmatamento é o Código Florestal nacional, que exige que os agricultores da Amazônia retenham 80% da floresta como “reserva legal”, e os agricultores de outros lugares retenham 20% do habitat natural.

O código, em vigor desde 1965, foi ignorado por anos. Porém, quando o país intensificou seus esforços de policiamento, houve uma reação dos agricultores.

NO Brasil continua valendo a histórica lei do mais forte, os agricultores com vorazes vontade de ganhos cada vez maiores, e de outro lado a maioria mais desarticulada, e fraca oposição, que na verdade não sabem muito bem o que querem se o bem de todos, para vivermos em um mundo melhor e mais saudavel ou aranjos políticos.


Para Zé Roberto votação do novo Código Florestal representa retrocesso

O Deputado analisou ainda as razões que deram origem às mudanças no Código Florestal. “A partir de uma luta de mais de duas décadas, conseguimos em 2007 que o Governo Federal não financiasse mais aquelas propriedades com irregularidades ambientais e é esse fato que dá origem às mudanças do código florestal. Ao invés de mudar as práticas e a maneira como o agronegócio trata o meio ambiente, partiram para o que é mais fácil na visão deles, que é mudar a lei e é isso que representa a alteração no código. Ele não representa um comprometimento com a sustentabilidade, mas a permanência dos crimes ambientais. O código caminhou pra trás e o país caminhou junto”, destacou.http://www.ogirassol.com.br/pagina.php?editoria=%C3%9Altimas%20Not%C3%ADcias&idnoticia=25706


sexta-feira, 5 de novembro de 2010

SACANAGEM

5/11/2010 - 08h31

Projeto quer reduzir reserva legal em Mato Grosso

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RODRIGO VARGAS
DE CUIABÁ

A Assembleia de Mato Grosso aprovou um projeto que reduz áreas passíveis de preservação no Estado e diminui o percentual de recomposição de reserva legal.

Aprovado por 19 votos a um, o projeto substitui o zoneamento socioeconômico e ecológico que havia sido proposto pelo ex-governador Blairo Maggi (PR), após três anos de reuniões técnicas e audiências públicas.

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O zoneamento estipula uma série de indicações para o uso e a ocupação dos 90 milhões de hectares do Estado.

Em relação à proposta original, aumentam em 67% as áreas destinadas à "intensificação das atividades agropecuárias": de 23 milhões de hectares para 39 milhões de hectares, um acréscimo equivalente ao território do Acre.

As áreas destinadas à criação de unidades de conservação, que no texto anterior chegavam a 5,5 milhões de hectares, caíram 73%.

O principal articulador foi o deputado Dilceu Dal Bosco (DEM). Segundo ele, a versão anterior, que havia recebido o apoio dos ambientalistas, poderia "engessar" o desenvolvimento do Estado.

"Manter o texto original seria algo gravíssimo. Áreas já abertas e consolidadas seriam engessadas e teriam, por exemplo, dificuldades em obter financiamento", disse o deputado.

Editoria de Arte/Folhapress

O material aprovado também indica o "plantio da cana-de-açúcar e a produção sucroalcooleira" em áreas já abertas no Estado, excluindo as áreas alagáveis. Segundo ambientalistas, o texto abre caminho para o plantio de cana nas terras altas do Pantanal e na Amazônia.

Outro artigo diz que, para fins de recomposição florestal, o percentual de reserva legal cai de 80% para 50% de cada propriedade rural.

O projeto receberá redação final e vai ao governador Silval Barbosa (PMDB) para sanção ou veto. Reeleito no primeiro turno, Barbosa disse que só irá se pronunciar após receber o texto final.

De acordo com a diretoria de Zoneamento Ambiental do Ministério do Meio Ambiente, os zoneamentos estaduais podem prever a redução da reserva legal para fins de recomposição.

A proposta de Mato Grosso, porém, só passa a vigorar após ser submetida à avaliação técnica da CCZEE (Comissão Coordenadora do Zoneamento Ecológico-Econômico), formada por representantes de 15 ministérios.

Por meio de nota, a ONG ICV (Instituto Centro de Vida) disse que o zoneamento de MT "contradiz os compromissos assumidos perante a comunidade internacional, que preveem a redução do desmatamento e a promoção da agricultura de baixas emissões de carbono".

Um manifesto assinado por 27 entidades, entre elas o Ipam (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia), será entregue hoje ao governador Silval Barbosa. O documento pede o veto integral ao projeto aprovado pelos deputados. "A versão atual apresenta inconsistências técnicas, além de desperdiçar um grande orçamento já destinado aos seus estudos."

http://www1.folha.uol.com.br/ambiente/825892-projeto-quer-reduzir-reserva-legal-em-mato-grosso.shtml

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

RECEBI ESTE E-MAIL E ACHEI SUPER INTERESSANTE.

e quando não houver mais alimento, água potável e ar “tolerável”, o ser humano há de lembrar que dinheiro não se come; não se bebe e não se aspira... Green Peace


O oceanógrafo Curtis Ebbesmeyer, que pesquisa esta mancha há 15 anos compara este vórtex a uma entidade viva, um grande animal se movimentando livremente pelo pacifico. E quando passa perto do continente, você tem praias cobertas de lixo plástico de ponta a ponta.








Tartaruga deformada por aro plástico

A bolha plástica atualmente está em duas grandes áreas ligadas por uma parte estreita. Referem-se a elas como bolha oriental e bolha ocidental. Um marinheiro que navegou pela área no final dos anos 90 disse que ficou atordoado com a visão do oceano de lixo plástico a sua frente. 'Como foi possível fazermos isso? Naveguei por mais de uma semana sobre todo esse lixo'.
Pesquisadores alertam para o fato de que toda peça plástica que foi manufaturada desde que descobrimos este material, e que não foram recicladas, ainda estão em algum lugar. E ainda há o problema das partículas decompostas deste plástico. Segundo dados de
Curtis Ebbesmeyer, em

algumas áreas do oceano pacifico podem se encontrar uma concentração de polímeros de até seis vezes mais do que o fitoplâncton, base da cadeia

alimentar marinha.

ave com o estômago cheio de pedaços de plástico


E para piorar essa sopa plástica pode funcionar como uma esponja, que concentraria todo tipo de poluentes persistentes, ou seja, qualquer animal que se alimentar nestas regiões estará ingerindo altos índices de venenos, que podem ser introduzidos, através da pesca, na cadeia alimentar humana, fechando-se o ciclo, na mais pura verdade de que o que fazemos à terra retorna à nós, seres humanos.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Será o fim dos oceanos??

Obs: recebi por e-mail e achei interessante.


Segue abaixo as informações retiradas do endereço:
http://www.rense.com/general91/oilor.htm
Crédito Estação Fraterna
(obs: não fazemos apologia ao site Estação Fraterna, apenas se atenham a matéria postada aqui)
Foi estimado, por peritos, que a pressão a qual o petróleo é jogado nas águas do Golfo é entre 20.000 e 70.000 PSI (libras por polegada). Impossível de ser contido.
O que os cientistas americanos são proibidos de dizer ao público sobre o Golfo.
O que você vai ler aqui, é o que os cientistas nos USA não podem falar, com um grande medo da administração Obama.
Eles estão sob ameaça de severa repercursão ao máximo…
Cientistas confirmando essas descobertas não podem ser mencionados dado ao que está escrito acima, mas o que eles acreditam, eles querem que todos saibam.
Pegue um mapa dos USA, abra e meça no mínimo 80,5 km a partir da destruição em volta do Golfo do México com o que você vai ler abaixo.
A carnificina dos USA é tão assombrosa que tirará o seu folego.
Se os cientistas estiverem certos no que eles estão tentando alertar… toda a Flórida será completamente destruída junto com todos e tudo.
Você decide!! Todos tem o direito de ler o que recém escrevi nesse artigo, tanto quanto lerem o que foi escrito abaixo pelos cientistas que a administração de Obama e BP estão tentando calar.
Por favor compartilhem com o maior número de pessoas que você conseguir.
Dr. James P. Wickstrom
RESUMO DOS ACONTECIMENTOS
A estimada super alta pressão liberando o petróleo embaixo da crosta terrestre está entre 80.000 e 100.000 barris por dia.
O fluxo de petróleo e gases tóxicos está trazendo junto areia e cascalho o que causa o fluxo a criar um efeito de jato de areia no que resta da cabeça do poço que atualmente de alguma forma restringe o fluxo, como também o buraco da perfuração.
Como a cabeça do poço se torna cada vez mais desgastada a passagem aumenta permitindo um fluxo ainda maior de petróleo. Mesmo que algum aparelho fosse colocado sobre a cabeça do poço existente, isso não tamparia e pararia o fluxo, porque o que ainda sobrou da cabeçado poço não conteria a pressão do fluxo.
A espessura original da cabeça do poço é de 5 cm. E agora deve estar menor que 2,5 cm e ficando a cada momento mais fina. O petróleo agora alcançou a corrente do Golfo e está entrando na corrente Oceânica, que é pelo menos quatro vezes mais forte do que a do Golfo, a qual o carregará ao mundo todo em mais ou menos 18 meses.
O petróleo junto com os gases, incluindo a benzina e muitos outros tóxicos, esgotarão o oxigênio da água. Isso matará toda a vida marinha. Junto com o petróleo nas praias, haverá muito peixe morto e etc… que deverão ser jogados fora.
UM RESUMO DAS EXPECTATIVAS
Em algum momento o buraco da perfuração ficará muito grande, aumentando seu tamanho abaixo da cabeça do poço, deixando a área muito fraca onde poço está. A intensa então empurrará a cabeça do poço fora, permitindo um fluxo sem restrição de petróleo e etc…
O buraco continuará a aumentar de tamanho permitindo mais e mais petróleo fluir para o Golfo. Depois de muitos bilhões de barris de petróleo já terem sido derramados, a pressão da cavidade enorme a 8 km abaixo do solo do oceano começará a normalizar.
Isso então permitirá que a água, sob forte pressão a 1,6 km de profundidade, seja forçada para dentro da cavidade onde o petróleo estava. A temperatura a essa profundidade está perto de 200 graus centígrados, possivelmente mais.
A água evaporará, criando uma enorme quantidade de força , levantando o solo do Golfo. É difícil saber quanto de água entrará na crosta, também não é possível calcular o quanto o solo levantará.
As ondas do tsunami criado serão alguma coisa em torno 6 a 24 de altura, possivelmente maiores. Então o solo caírá dentro da cavidade vazia. É assim que a natureza fechará o buraco.
Dependendo da altura do tsunami, o cascalho do oceano, petróleo e estruturas existentes serão arrastadas pelas praias entrando terra a dentro, deixando uma área de 80,5 a 322 km desprovida de vida. Mesmo que os escombros sejam retirados, a contaminação do solo e da água impossibitará a re-população por um período desconhecido de anos.
(final da informação liberada pelos cientistas). De Tom Buyea Flórida News Service
(End of scientists information release.) From Tom Buyea FL News Service

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Salvem o Brasil!! de pessoas inescrupulosas !!!


Ambientalistas querem parque nacional para conter expansão da soja

Oeste da Bahia é palco de movimentações pela criação de parque nacional no Cerrado da região. Agricultores familiares e comunidades tradicionais sofrem o impacto da chegada de grupos do agronegócio - inclusive estrangeiros

Por Antonio Biondi, do Centro de Monitoramento de Agrocombustiveis

Barreiras (BA) - Jornais e revistas da mídia que acompanham o cotidiano do agronegócio registram que os estrangeiros - assim como os grandes grupos nacionais - demonstram interesse crescente pelas terras e pela produção agrícola no Oeste da Bahia. No dia 27 de maio, por exemplo, o jornal Valor Econômico divulgou que grupos chineses do setor do agronegócio pretendem comprar cerca de 250 mil hectares de terras no Brasil, distribuídos entre o Oeste baiano e regiões do Cerrado no Maranhão, Piauí e Tocantins.

Seriam, assim, outros 250 mil hectares de terra pretendidos por estrangeiros no chamado "Mapitoba", conforme o setor apelidou a região formada pelos quatro Estados em questão, e que tem apresentado forte avanço do agronegócio nos últimos anos. Ou, 250 mil hectares destinados à produção, por parte de empresas chinesas, de algodão, soja e outras culturas, para serem exportados quase que inteiramente, direto para a própria China!

Ao lado do crescente interesse dos estrangeiros pelas terras do Oeste baiano, o que poucos brasileiros sabem é que parte da sociedade civil local mobiliza-se pela criação de um parque nacional na região. A unidade de conservação seria constituída entre os municípios de Barreiras e Luís Eduardo Magalhães, na área do rio de Janeiro, curso d´água que conta com a incrível cachoeira do Acaba Vida e com o lindo Poço do Redondo. O pleito, que tramita no Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), em Brasília, foi tentado alguns anos atrás. Sem sucesso na ocasião. E por motivos e interesses fáceis de se presumir - por exemplo, pressões sobre as prefeituras locais e omissão dos vereadores.

Cerrado desprotegido
A criação do parque na região seria muito bem-vinda, não somente pelas belezas ímpares, mas também pelo fato de o Cerrado local ser um dos mais desprotegidos do país (conheça a análise do CMA sobre os impactos socioambientais do algodão no Oeste da Bahia em 2009). Organismos internacionais recomendam que 10% do território de um país ou Estado seja destinado a unidades de conservação. O Brasil possui cerca de 9%, ao passo que a Bahia conta com cerca de 10%, segundo a secretaria estadual do Meio Ambiente. Já o Oeste Baiano, segundo levantamentos do ambientalista Dino Dal Bó, Barreiras contaria com somente 0,9% de seu território destinado a unidades de conservação. "Com o parque nacional, teríamos a possibilidade de preservar o [peixe] surubim, a [árvore] aroeira e cerca de 60 outras espécies ameaçadas", explica Dal Bó, que é servidor aposentado do Ibama.

Aqui, cabe registrar que parte da área em que o parque seria criado hoje já é parcialmente protegida, por meio da APA (área de preservação ambiental) do Rio de Janeiro. Em incursão à APA, o CMA constatou à beira da estrada de terra local árvores derrubadas ilegalmente (para a obtenção de madeira), além de um morador da região praticando pesca com arpão no rio, ao arrepio da lei. Já em 2008, o CMA apontava, em seu relatório sobre os impactos da produção da soja no Brasil, para os problemas enfrentados pela APA do Rio de Janeiro, em função do cerco a que estava submetido pelas áreas produtoras do grão na região (link para o relatório da soja 2008).

Ao passo que a expansão da soja em áreas do bioma amazônico é objeto de importantes ações de monitoramento, outras regiões brasileiras experimentam um forte avanço da cultura, com a geração de uma série de impactos, em boa parte deles desconhecidos da opinião pública. É o caso, por exemplo, do próprio Oeste da Bahia, uma região cuja produção da soja encontra-se em franco crescimento, na qual a expansão do agronegócio é marcada pela chegada de indústrias e pela comercialização de matéria-prima para usinas de biodiesel de outras localidades. De acordo com informações da Informações da AIBA - Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia, entre as safras 1992/93 e 2009/10, a soja local cresceu de 380 mil hectares para 1,05 milhão de hectares, um salto de quase três vezes em menos de duas décadas, portanto.Num cenário em que os agentes econômicos apresentam grande força, o poder público busca estabelecer o respeito ao Estado Democrático de Direito e adota uma série de iniciativas e procedimentos neste sentido - mas certamente ainda corre atrás de uma série de passivos acumulados.

A região é de grandes dimensões, tendo nos municípios de Barreiras, Luís Eduardo Magalhães e São Desidério as principais referências, e faz fronteira com outros cinco Estados: Minas, Goiás, Tocantins, Maranhão e Piauí. Distantes quase 1 mil km de Salvador, as cidades locais mais ricas são palco inclusive de movimentos voltados à criação de um novo Estado na região. Seria o Estado do rio São Francisco, que teria nos grandes agricultores locais a provável força política principal e cuja proposta de realização de um plebiscito sobre o tema encontra-se em tramitação na Câmara dos Deputados.

De acordo com estudo CMA-Repórter Brasil sobre a soja na Bahia, Mato Grosso e restante do Brasil na safra 2009/2010, o Oeste baiano apresenta avanços econômicos e sociais em função do crescimento do agronegócio, com o desenvolvimento da infra-estrutura acontecendo de forma diretamente relacionada a esse setor - por exemplo com investimentos na BR-135 e com perspectivas de implementação de uma ferrovia cortando o Estado de Leste a Oeste, além de um porto em Ilhéus para facilitar o escoamento da produção. Ao mesmo tempo, trata-se de um conjunto de municípios marcado por expressivos índices de pobreza e que demanda investimentos em áreas básicas como saneamento.

Em relação ao meio ambiente, a região apresenta belezas ímpares, com um riquíssimo Cerrado, rios em profusão, cachoeiras, lagoas e grandes serras. A quantidade de problemas é proporcional - na realidade, chega a chamar até mais atenção - às belezas locais. Dos dez municípios que mais plantam soja na Bahia, seis são campeões de desmatamento do Cerrado entre 2002 e 2008, segundo dados do Ministério do Meio Ambiente (tabela abaixo): Formosa do Rio Preto (campeã nacional de desmatamento do Cerrado no período, 2ª em área plantada de soja na Bahia em 2008), São Desidério (vice-campeã em desmatamento, 1a em área plantada na Bahia), Correntina (3ª e 5ª), Jaborandi (9ª e 7ª), Barreiras (14a e 4a) e Riachão das Neves (17ª e 6ª).

Aqui, vale registrar que tal situação de desrespeito ao Cerrado não é exclusividade da Bahia. Conforme revela o estudo do CMA-Repórter Brasil sobre a safra 2009/2010 da soja, nas regiões vizinhas ao Oeste baiano a situação se repete, e, nos demais Estados que formam o Mapitoba, se repete a coincidência em relação aos municípios campeões do desmatamento e da produção da soja.

O levantamento do CMA apontava, ainda, para a existência de 966 autos de infração em território baiano na página de áreas embargadas do Ibama em 16 de abril. Dessas áreas embargadas, 249 situavam-se nas dez maiores cidades plantadoras de soja no Estado. Ou seja, 25,8% das áreas embargadas concentravam-se nessas cidades, ao passo que os outros 74,2% das áreas espalhava-se pelos 407 municípios baianos restantes.

Apesar dos indicadores, o Governo do Estado e os representantes dos produtores da Bahia avaliam que a situação está em uma perspectiva melhor. Com discurso semelhante, apontam para ambigüidades que a legislação apresentava e para problemas de estrutura dos órgãos ambientais, que levaram ao atual passivo. A A Assessoria Geral de Comunicação Social do Governo do Estado da Bahia (Agecom) afirmou ao CMA, por meio eletrônico, que, "ao contrário do que ainda se fala, a região Oeste não é uma agressora do meio ambiente. Existe na região grandes áreas preservadas e intocadas. Os produtores estão conscientes da importância da preservação e da regularização ambiental".

Fiando-se em pesquisas que apontam para uma área preservada de cerca de 64% do Cerrado no Oeste da Bahia, governo e produtores entendem que a riqueza ambiental local será protegida, e apostam suas fichas nesse sentido no programa "Oeste Legal", voltado a regularizar as questões ambiental e fundiária junto aos produtores da região e aprovado em 2009. Segundo a AIBA, o plano foi "a alternativa encontrada por governos, produtores e sociedade civil organizada para adequar do ponto de vista ambiental a região Oeste", diante do "caos gerado pela falta da regularização ambiental dos empreendimentos agrícolas".

O governo do Estado explica que "os produtores cadastrados passam a aderir ao plano com o objetivo de iniciar a recuperação ambiental, quando for o caso, e a adequação à legislação ambiental, instituindo a reserva legal do imóvel e a recuperação da área de preservação permanente". O desafio, contudo, é tremendo: somente nos sete municípios da região focados inicialmente, existem mais de 12 mil propriedades. Ao final do primeiro trimestre de 2010, 200 imóveis haviam aderido ao plano, totalizando cerca de 195 mil hectares.

Recursos hídricos
Em sua passagem pela região, o CMA deparou-se com inúmeros registros de cursos d´água que estão desaparecendo, bem como com desmatamentos de áreas de preservação permanente, ou com a inexistência de áreas de reserva legal. Somente o ofício do Ministério Público Estadual em Barreiras possui 46 procedimentos voltados a regularizar as áreas de reserva legal dos empreendimentos da região - uma das pautas priorizadas atualmente pelo órgão.

Zenildo Eduardo, gerente executivo do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) em Barreiras, explica que há rios na região perderam a sua perenidade em alguns quilômetros, e não mantêm mais todo seu curso d´água vivo ao longo do ano inteiro: por exemplo, o rio dos Cachorros e o rio Pratinha. "O uso da água sem critério, a erosão e o assoreamento tem feito as vazões estarem maiores em épocas de cheias, e menores na seca, parece que a água está infiltrando-se menos". Ele explica que tais fenômenos começam a ser pesquisados na região, sobretudo após a instalação de um campus da Universidade Federal da Bahia em Barreiras, há cerca de três anos.

O gerente do Ibama rememora que a década de 1990 "foi quando se constatou o maior desmatamento, o pico do impacto nesse sentido". A região oferecia (e ainda oferece) terra boa, barata e abundante, terrenos planos, muita água e forte insolação - além da mão-de-obra carente de opções (link para o texto trabalhista anterior). Nos anos 2000, a região passa a atrair os grandes empresários do setor. "É quando chegam as grandes empresas, inclusive as estrangeiras", explica Zenildo, que em 2008 comandou, ao lado do então ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, a Operação Veredas, que constatou inúmeras irregularidades ambientais, emitindo multas que passaram dos 30 milhões de reais, e autos de infração que levaram ao embargo de quase 60 mil hectares de áreas que foram palco de irregularidades ambientais. Na ocasião, o Ibama foi acusado por "prejudicar o desenvolvimento" da região.

"Quando nos preocupamos com o desmatamento do Cerrado, estamos preocupados diretamente com os recursos hídricos. Trata-se da grande ´caixa d´água´ do Brasil, berço das nascentes de algumas das principais bacias - como a do São Francisco, do Tocantins e do Paraná". Zenildo destaca que a atuação do Ibama local se pauta também pelas preocupações com as questões da biodiversidade, pois o Cerrado possui muitas espécies endêmicas, que ocorrem especialmente no bioma.

A preocupação com os recursos hídricos locais se acentua quando observado o uso intensivo - e crescente - de agrotóxicos nas lavouras locais. Na área rural do município de São Desidério, vizinho a Barreiras, os moradores das comunidades rurais afirmam que rios locais, como o Mosquito e o Roda Velha, apresentam grandes quantidades de produtos químicos em determinadas épocas do ano. Famílias relatam o surgimento de alergias e reações na pele em pessoas que entraram nos rios.

Outros casos, mais graves, começam a despertar preocupação por parte dos órgãos públicos que acompanham as questões de saúde do trabalhador. Os relatos de empregados das lavouras de algodão e soja que apresentam problemas crônicos de saúde após lidar com os agrotóxicos são freqüentes. E o problema torna-se mais sutil e traiçoeiro, uma vez que a saúde dos trabalhadores não é afetada principalmente por acidentes, mas por uma intoxicação gradativa e silenciosa.


Conflitos fundiários
No povoado de Ponte de Mateus (antiga fazenda Santa Luzia do Guará), situado a cerca de 100 km da sede de São Desidério, os impactos ambientais e fundiários caminham juntos. Rafael Francelino de Souza, 69, estima que o rio que dá nome à comunidade, que passa aos fundos do seu terreno, já baixou cerca de 70%. "Não vejo mais bichos. Mataram tudo, ou correram daqui", conta ele, hoje o representante mais antigo da comunidade, que há décadas chegou à região.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

País tem 100 mi de hectares sem proteção

Estudo da USP mapeia áreas verdes que não fazem parte de unidades de conservação e poderiam ser convertidas em outros usos, como agricultura

05 de maio de 2010
Afra Balazina, Andrea Vialli - O Estado de S.Paulo

Mata Atlântica. Estudo mostra que ainda existem muitas áreas verdes sem preservação Um estudo inédito elaborado pela Universidade de São Paulo em parceria com a Universidade de Chalmers (na Suécia) aponta que, mesmo que todos os produtores rurais regularizassem suas terras e obedecessem ao Código Florestal, ainda sobrariam 100 milhões de hectares de vegetação não protegidos ambientalmente e que podem, portanto, sofrer desmatamento. A área equivale a quatro vezes o Estado de São Paulo.

O grupo de pesquisadores criou um mapa e demonstrou que existem 537 milhões de hectares de vegetação natural no Brasil (cerca de 60% do território nacional). Para chegar ao resultado foram usados os dados mais recentes de fontes, como o Programa Nacional de Meio Ambiente (Probio, do Ministério do Meio Ambiente), o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon).

"Foi um esforço braçal. Trabalhamos com cerca de 200 mapas digitais diferentes", explica Gerd Sparovek, professor do departamento de solos da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da USP. O material levou um ano e meio para ficar pronto.

Boa parte dos 100 milhões de hectares desprotegidos não é adequada para a expansão da agricultura, ressalta Sparovek. "Cerca de 74 milhões de hectares têm aptidão baixa para atividades agrícolas." O receio, porém, é que a pecuária possa tentar ocupar essas áreas de floresta.

O pesquisador defende que, enquanto as terras com vegetação não são protegidas, um pacto de "desmatamento zero" deve ser firmado pelos setores produtivos no Brasil.

A agricultura tem como possibilidade, segundo ele, ser expandida para 60 milhões de hectares onde hoje é feita a pecuária extensiva ? que têm solos e clima adequados à produção agrícola. "A pecuária brasileira tem um boi por hectare. É como ter um homem para cada quarteirão."

Déficit verde. O levantamento mostra o estrago já feito em áreas que teoricamente deveriam ser preservadas. Segundo o estudo, 11% da vegetação natural restante no Brasil estão em Áreas de Preservação Permanente (APPs), como encostas e margens de rios ? o que totaliza 59 milhões de hectares. Porém, o correto seriam existir 103 milhões de hectares ? o que significa que há um déficit de 43 milhões de hectares, que já foram desmatados por algum motivo.

A reserva legal, área que o proprietário rural é obrigado a deixar com vegetação dentro do terreno, também tem situação complicada. Seria necessário ter, de acordo com o Código Florestal atual, 254 milhões de hectares de vegetação como reserva legal, mas faltam para fechar a conta 43 milhões de hectares. Na Amazônia, a reserva legal deve ser de 80% da propriedade. No Cerrado deve ser de 35% (nos Estados da Amazônia Legal) e, no restante do País, de 20%.

Nas Unidades de Conservação (como parques e reservas), o problema é menos grave. O estudo indica que 32% da vegetação natural está em UCs e que o déficit de verde é de 3% (ou 5 milhões de hectares). "Nas UCs o controle do Estado é muito maior", diz Sparovek. Pela lógica observada no estudo, a medida mais eficiente para preservar a vegetação nativa é manter UCs e Terras Indígenas, onde há poucas atividades ilegais, como a pecuária (eficiência de 97%).

Compensação. Atualmente existe um embate entre ruralistas e ambientalistas em relação ao Código Florestal. Produtores acusam as leis ambientais de frear a expansão do agronegócio e querem alterar a lei.

Uma forma de enfrentar o desafio do déficit de APPs e reserva legal no Brasil é permitir que os proprietários compensem a área desmatada com a proteção de vegetação em outros terrenos.

Segundo Carlos Scaramuzza, superintendente de conservação da ONG WWF-Brasil, a compensação não pode ser tão flexível (como permitir que seja feita em qualquer lugar do País). Porém, também não deve ser rígida demais (pode não haver estoque de terra disponível nas proximidades).

Mario Mantovani, da Fundação SOS Mata Atlântica, elogia o estudo. "Não temos controle sobre as nossas áreas. O maior problema ambiental brasileiro é a questão fundiária. E existe um atraso muito grande do poder público."

O Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), o Instituto de Estudos do Comércio e Negociações Internacionais (Icone) e a ONG WWF-Brasil apoiaram a realização da pesquisa. Os ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente, além da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), foram procurados, mas não se manifestaram.